Especialistas e pesquisadores da Unicamp, das Prefeituras de Goiânia, Belo Horizonte e Santo André e do governo do Rio Grande do Sul expuseram nesta segunda, 04 de março, os benefícios que um Sistema de Informações Georeferenciadas podem trazer para a administração pública, melhorando o atendimento ao cidadão ou garantindo maior eficiência na prestação de serviços na área de educação, saúde ou transporte, por exemplo.
Eles participaram do Seminário de Experiências Municipais em SIG, organizado através de uma iniciativa da Informática de Municípios Associados (IMA), da Unicamp e da Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Seplama), no Salão Vermelho da Prefeitura da Campinas.
No início da década de 90, Campinas foi pioneira na busca de implantação do SIG, mas o projeto foi abandonado. Outras cidades, como Goiânia, aproveitaram a experiência inicial desenvolvida por Campinas e investiram na constituição de seu Sistema de Georeferenciamento. Hoje, ele tem auxiliado muito o poder público a implementar o sistema de arrecadação tributária, como maior controle e justiça sobre arrecadação, além de auxiliar a planejar, por exemplo, a distribuição de postos de vacinação na cidade, de modo a atender o maior número de pessoas, com maior facilidade para os cidadãos.
Controle da dengue
Uma experiência interessante, onde o SIG teve papel fundamental, foi desenvolvida em Santo André, em 1999, para a eliminação do aedes aegypt, o mosquito transmissor da dengue. Agentes de saúde prepararam "armadilhas" para o mosquito, colocando pneus com água em diversas localizações da cidade, separado a uma distância de 400 metros um do outro. Esses dados foram localizados em um mapa digitalizado da cidade, dentro do SIG. Fiscais passavam periodicamente para verificar e, se constatada a existência de larvas do mosquito, uma área de 500 metros, a partir do ponto identificado, era pulverizada. Ao contrário da maioria das cidades do Estado, Santo André não registrou casos de dengue este ano.
Em Belo Horizonte, já existe um sistema de SIG bastante desenvolvido. Toda a malha viária, tubulação de água e esgoto, localização das edificações e endereços de todas as residências estão disponíveis em mapas vetorizados. As aplicações deste banco de dados são múltiplas, podendo, por exemplo, auxiliar na busca de um melhor itinerário para ônibus e coleta de lixo ou no planejamento do sistema de tratamento de esgoto, localizando os pontos de despejo em áreas de mananciais.
No Rio Grande do Sul, a Procergs (Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul), montou um Sistema de Informações Georeferenciadas baseado em software livre, com custo praticamente zero.
Na abertura do evento, o secretário de Planejamento de Campinas Araken Martinho reafirmou a necessidade de que Campinas elabore o seu SIG, destacando que a cidade já está cerca de 15 anos atrasada neste processo. "O Georeferenciamento é um conhecimento importante para executarmos o redesenho da nossa cidade", afirmou.
O presidente da IMA, Silvio Spinella, disse que a implantação do SIG em Campinas contribuirá para abrir a caixa-preta da Prefeitura. "Com ele, a população terá condições de conhecer o que a cidade tem e, a partir daí, poderá fazer uso do que lhe pertence", avaliou, destacando que o evento cumpriu seu papel ao colocar o SIG na pauta de debates do município.