07/05/2012
Os dados do Sistema Integrado de Gestão de Atendimento (Siga), que é o cadastro dos usuários do sistema de saúde pública de Campinas, que contém aproximadamente 1,2 milhão de pessoas, serão integrados ao sistema do Cartão Nacional da Saúde (CNS), lançado regionalmente nesta sexta-feira, dia 4 de maio, pelo prefeito Pedro Serafim e o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro.
A cerimônia aconteceu no Centro de Saúde Santo Antônio, no Jardim Vista Alegre, região Sudoeste, que foi totalmente informatizado e vai servir de base para avaliar os impactos do uso de ferramentas tecnológicas na eficiência dos serviços públicos. Os resultados serão utilizados para formatar uma política de uso destes recursos em toda a rede de saúde do Município, que conta com 63 unidades descentralizadas.
Campinas vai receber o financiamento do Ministério da Saúde e repassá-lo para as demais cidades da região, para esta nova fase de implantação do CNS. O repasse será feito com depósito via Fundo Municipal de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde. A cidade já recebeu 100 mil unidades do cartão, e, nas próximas semanas, mais duzentas mil devem chegar. A previsão do ministério é cobrir a área da Região Metropolitana de Campinas (RMC) até o final do ano e o país até o final de 2014.
O diretor de saúde de Campinas, Edison Silveira, disse que, como já existe um cadastro de todos os usuários na cidade, não será necessário à população fazer um novo cadastro. Segundo o diretor, a logística da entrega dos cartões será acertada com o Ministério nos próximos dias.
Com a utilização do novo cartão, os cidadãos terão maior rapidez e agilidade nos processos de agendamento de consultas de especialidades e exames. Mas, de acordo com Serafim, o maior benefício será para a gestão com o possível monitoramento dos agendamentos e dispensação de medicamentos em todas as unidades de saúde RMC, gerando com isso economia dentro do sistema de saúde. Será possível também monitorar o fluxo dos pacientes em toda a região metropolitana, pacientes que buscam atendimentos nos vários municípios vizinhos.
“A presidenta Dilma é uma gestora e, como tal, dá preferência à boa aplicação do dinheiro público. Campinas recebe pessoas de todo o Brasil, mas principalmente da RMC, que nos buscam para fazer tratamento. E estamos sempre com os braços abertos. Mas não tem dinheiro que baste para tanto atendimento de pessoas de fora com os recursos locais. Com o cadastro, poderemos identificar de onde vêm as pessoas e cobrar da União, Estado e Municípios os custos destes tratamentos”, avaliou o prefeito.
Monteiro elogiou o sistema já existente em Campinas, que está entre os mais avançados do Brasil. “Uma base como a de Campinas facilita o desafio de realizar o trabalho em todo o país. Será um passo importante para universalizar o acesso à informações no Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse.
Modelo
Até o momento, a o CS Santo Antônio recebeu obras de infraestrutura, como instalação de rede de dados e elétrica, além de melhoria na conectividade com a Internet. Foram instaladas 21 novas estações de trabalho (computadores e monitores) e os agentes de saúde receberam 10 netbooks, que estão sendo utilizados, principalmente, durante as visitas que são realizadas nas casas de pacientes acamados, recém-nascidos e em busca de focos de dengue.
Todos os profissionais do Centro de Saúde Santo Antônio também estão passando por treinamento para operação do SIGA. Em Campinas, a implantação do SIGA já permite uma série de melhorias no atendimento aos usuários do SUS. Entre elas, a geração, impressão e localização do cartão SUS, que identifica cada paciente que utiliza o Serviço Único de Saúde.
Por meio desta identificação é possível recuperar instantaneamente, na tela do computador, todas as informações referentes ao histórico de atendimentos que o paciente já tenha recebido, como por exemplo, quando e onde foi tratado. Num futuro próximo, o sistema também permitirá mostrar qual o diagnóstico e o encaminhamento dado, além de outras informações sobre seu histórico de saúde. Hoje são 1,2 milhão de pessoas cadastradas no SIGA, em Campinas.
Outro avanço obtido com a implantação do sistema ocorreu na organização e controle das agendas médicas das unidades de Saúde. Com ele, está sendo possível trocar as agendas de papel pelo uso do computador. Isso permite que o “Disque Saúde – 160” funcione de fato, garantindo que o paciente tenha a opção de telefonar para uma central de marcações e agendar seu acompanhamento, economizando com transporte e, quando na unidade, esperando muito menos tempo para que sua pasta seja encontrada.
CNS
A partir de março, começou o esforço do Ministério da Saúde para que todo cidadão brasileiro tenha em mãos o CNS para ser atendido nos locais que prestam serviço pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Até mesmo aqueles que possuem plano de saúde ou habitualmente realizam consultas e outros procedimentos de forma particular devem possuir o Cartão. A determinação está na Portaria N° 763, de 20 de julho de 2011, do Ministério da Saúde, e começa a valer dia 1º de março.