APM recebe prêmio em Congresso

23/08/2012

 

Um software que identifica a interação medicamentosa no ato da dispensação dos remédios aos pacientes nas unidades descentralizadas de saúde de Campinas ganhou o prêmio máximo do IV Congresso Brasileiro sobre o Uso Racional de Medicamentos, realizado em Salvador (BA), entre os dias 12 e 15 de agosto.

Batizado de APM (Avaliação de Prescrição de Medicamentos), o software foi desenvolvido pela Informática de Municípios Associados S/A (IMA) para ser utilizado em uma pesquisa da professora Patrícia de Oliveira Carvalho, do curso de Farmácia no Campus de Bragança Paulista da Universidade São Francisco.

A pesquisa coordenada por Patrícia foi apresentada no congresso por seu colega, professor Carlos Eduardo Araújo, com o título Desenvolvimento de Software para Avaliação de Interações Medicamentosas Potenciais em Prescrições do SUS-Campinas.

O trabalho concorreu com outras 300 experiências, das quais 98 foram pré-selecionadas para premiação e 17 foram efetivamente premiadas em diversas categorias. A experiência da USF, que contou também com colaboração da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas (SMS), recebeu o prêmio de maior destaque, no eixo temático Relato de Experiência Profissional Bem Sucedida Observada nos Serviços, Cujo Enfoque Seja o Uso Racional de Medicamentos".

Vanguarda
 
Para Araújo, o prêmio evidenciou que a Região Metropolitana de Campinas está na vanguarda do País no que diz respeito ao uso de ferramentas tecnológicas para melhoria do Atendimento no Sistema Único de Saúde.

“Após a apresentação, na qual destaquei o nível de informatização do município de Campinas, houve uma grande quantidade de perguntas, tanto da banca quanto da plateia, querendo saber mais sobre a estrutura da cidade para a gestão da Saúde”, disse.

“Estamos muito contentes com o prêmio e com os resultados da pesquisa”, avaliou  Patrícia, destacando que a expectativa agora é de que as informações técnico-científicas relativas às interações medicamentosas, que são geradas pelo APM fiquem disponíveis aos gestores, prescritores e dispensadores em todas as unidades de saúde, permitindo seu uso imediato e garantindo mais efetividade e segurança no tratamento.

“A utilização do APM no momento da prescrição trará benefícios imediatos aos usuários de medicamentos do SUS e contribuirá para promover o uso racional dos medicamentos”, complementou.

Danos à saúde

A interação medicamentosa  pode provocar danos à saúde. Ela ocorre quando o princípio ativo de uma determinada droga, a substância que produz os efeitos terapêuticos esperados, interfere na atuação do composto de outro remédio.

A combinação química, então, é capaz de gerar resultados diversos. Entre eles, a diminuição do nível plasmático, que leva a ineficácia do medicamento, reações adversas, geralmente relacionadas a toxicidade dos remédios e, até mesmo, o agravamento do quadro clínico do paciente.

A interação medicamentosa é  um problema que tem se tornado cada vez mais comum, na medida em que muitos pacientes necessitam de tratamento com várias drogas, às vezes, sob a supervisão de diversos médicos.

O APM

Ao possibilitar a identificação das interações medicamentosas no ato da prescrição, o APM foi além de uma ferramenta de auxílio a uma pesquisa acadêmica e pode tornar-se um importante instrumento para evitar problemas à saúde dos pacientes, uma vez que vai permitir a identificação automática desses casos.

“Dependendo da severidade, ao identificar a interação, o software poderá alertar para a necessidade de se bloquear a dispensação dos remédios que não deveriam ser administrados de forma conjunta”, explica Patrícia.

Este será o próximo passo da pesquisa e as equipes da USF, da IMA e da SMS  (foto) estiveram reunidas nesta quarta-feira, 22 de agosto para estudar as formas de viabilizar essa utilização do software.

 

 

 

 

 

 

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