Temos que pensar à frente!

23/04/2019 Temos que pensar à frente!

Fernando Garnero*

Você imagina o quanto é ajudado pela inteligência artificial mesmo sem saber? E em Campinas, onde ela está presente e como funciona? Eu me fiz esses questionamentos ao ver a divulgação de uma série de reportagens sobre o Neural Mind no Brasil, divulgado em grande escala pela mídia nacional e repercutido na imprensa de Campinas.

A origem dos questionamentos se deu durante a divulgação de uma reportagem sobre reconhecimento facial. Uma pessoa foi detida numa fila durante o Carnaval na Bahia. Em seguida, a reportagem mostrou que Campinas também possui esse sistema.

Isso mesmo, um dos sistemas mais modernos do mundo está implantado em nossa cidade e a IMA – Informática de Municípios Associados, empresa municipal especializada em sistemas para serviços públicos e atendimento, é uma das responsáveis pelo seu funcionamento.

Mas antes de falar sobre sua importância, vou discorrer um pouco sobre a inteligência artificial, tão presente em nossas vidas e que passa desapercebida na maioria das vezes. Um semáforo, por exemplo, pode ser dotado de um sensor que calcula o fluxo de veículos da via ajustando automaticamente o tempo de espera no sinal vermelho.

Uma função simples de uma tecnologia complicada, mas o objetivo desse exemplo é exatamente o de despertar para esses detalhes que estão em nosso cotidiano e nem percebemos. Aqueles aplicativos para pedir comida, por exemplo, armazenam nossas informações a cada novo pedido e vão processando os dados com o objetivo de oferecer opções voltadas a seu gosto. E considera-se nesse processo a curva de desvio, ou seja, a assertividade é muito grande e com certeza as opções apresentadas serão sempre do seu agrado.

Os serviços de e-mails já contam sistema inteligente para identificar o que é spam, publicidade ou promoção, separando as mensagens recebidas. E se você acessou algum site de compra e visualizou algum produto, ao entrar nas suas redes sociais perceberá que os anúncios têm tudo a ver com sua pesquisa de compra.

Apesar de tudo parecer maravilhoso, pesquisas sobre inteligência artificial datam do início dos anos 40. Em 1956 o pesquisador John McCarthy, pensando na inteligência artificial, disse que seria criado um mundo onde “as máquinas poderiam resolver os tipos de problemas que hoje são reservados para humanos.”

Se pararmos para pensar, esse mundo já foi criado e é nele que habitamos. Máquinas fazem cirurgias à distância, modelam, cortam e fazem soldas com perfeição. A robótica é outro exemplo vivo da utilização dessa inteligência artificial.

É a capacidade de ser inteligente, de resolver problemas, tomar decisões, de raciocinar de forma simulada à capacidade humana. O desafio é estar preparado para absorver tanta tecnologia.

Quando se fala em preparo, se fala em infraestrutura e é aí que a IMA entra novamente. Estamos criando um cinturão de fibra óptica na cidade capaz de prover os serviços públicos com a tecnologia mais moderna que existir. Estamos pensando no futuro para quando essa tecnologia chegar, estejamos com a infraestrutura preparada para recebê-la.

A rede de fibra óptica de Campinas terá uma extensão total de 450 quilômetros interligando todos os prédios e praças onde são oferecidos serviços públicos. Desse total, 120 km já foram implantados e estamos investindo mais R$ 1,6 milhão para um novo trecho de 80 km que já começou a ser construído.

Serão mais de 450 pontos interligados por rede própria, que significará mais velocidade, mais precisão e menos custos. Cerca de 90 localidades já estão interligadas por rede própria e ao final da expansão serão 190. Os 266 restantes também estão conectados, mas por redes terceirizadas que muitas vezes não atendem à necessidade da rede pública.

A “neural mind” é uma realidade que reconhecemos e nos preparamos para recebê-la. Já abrigamos em nossos servidores o sistema de reconhecimento facial utilizado pelos agentes de segurança do município e a tendência é crescer a capacidade de armazenamento para novos recursos que estão surgindo.

Devido a velocidade do progresso da ciência, temos que pensar sempre à frente. Um município que não se preparar para o futuro corre o sério risco de ficar emperrado nas pilhas de papeis e carimbos. O que era considerado “futuro” chega muito mais rápido agora que há 10 anos. A disseminação de novas descobertas é muito rápida e a sensação do acelerar do tempo é maior.

Temos que nos preparar agora, porque o futuro recomeça a cada novo segundo, a cada piscar de olhos.

*Fernando Garnero é presidente da IMA - Informática de Municípios Associados e secretário geral da Associação das Nações Unidas-Brasil (Anubra) e membro do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação. E-mail: fernando.garnero@ima.sp.gov.br.

 

 

 

 

 

 

 

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