IMA e NIC.Br oferecem treinamento em IPv6

26/10/2012

A Informática de Municípios Associados S/A (IMA) e o NIC.Br, braço executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), somaram esforços para oferecer um treinamento específico sobre o IPv6, a mais nova versão do IP, o Protocolo da Internet para profissionais da área que atuam na região de Campinas.

Este novo protocolo está sendo implantado gradativamente na Internet, em substituição ao anterior, o IPv4, que está próximo do limite de sua capacidade de gerar cerca de 4 bilhões de endereços no mundo todo. Na Europa e na Ásia, já não há mais disponibilidade de endereços neste tipo de protocolo. No Brasil, a expectativa é de que eles se esgotem num prazo de dois anos.

Participaram do treinamento, 32 profissionais ligados à área de Internet, sendo que cinco deles são trabalhadores da IMA e os demais ligados a provedores, universidades, centros de pesquisa e empresas da região, como Petrobras, Huawei, AT&T e Vivo. O curso, que foi desenvolvido entre os dias 22 e 26 de outubro, foi elaborado pelo NIC.Br e ocorreu nas dependências da sede da IMA. 

“Para entendermos a necessidade do IPv6, podemos fazer uma analogia com o nono dígito nos códigos numéricos (ou “endereços”) telefônicos que foi incorporado recentemente nas localidades do DDD 011, no Brasil. A combinação de oito dígitos já não era mais suficiente para dar conta do número de linhas em uso. Ao acrescentar um dígito, há uma ampliação no número de “endereços” possíveis para permitir a criação de novas linhas”, explica Luiz Antônio Reis, da área de Engenharia de Telecomunicações da IMA e participante do curso.

Diferença

Basicamente, o que difere as duas versões de IP é a quantidade de bits utilizada para a definição do endereço IP, o que possibilita um grande aumento no número de endereços diferentes possíveis. Com o IPv4, são 32 bi ts, o que permite um endereço composto de quatro grupos de oito bits (exemplo de um endereço IPv4: 192.0.2.35). A adoção do IPv6 eleva esta capacidade para 128 bits e, consequentemente, viabiliza uma combinação de algarismos que possibilita a geração de 7,9 x 1028 (79 octilhões) de endereços IP a mais do que o IPV4 (exemplo de um endereço IPv6: 2001:db8:faca:cafe:dado:123:5678:9abc).

A mudança trará outros benefícios, como o aumento na qualidade de serviços como voz sobre IP (VoIP) e transmissão de vídeo em tempo real, bem como mais facilidade à mobilidade dos usuários, que poderão ser contactados em qualquer rede através do seu endereço IPv6 de origem.

Grandes corporações, como Facebook, Google, Microsoft, Terra e Uol já estão usando o IPV6.

O curso

“O curso foi interessante porque ele prepara as empresas para se adequarem ao novo padrão do endereçamento IP. Isso vai permitir uma criação de novos endereços para além da necessidade nos próximos trinta anos, mesmo contando com um uso bastante extensivo destes endereços”, avalia Reis.

De acordo com ele, a IMA, como sistema autônomo de internet, ou seja como um órgão que têm autonomia para criar seus próprios endereços IP, já está realizando testes com o novo protocolo, que deve estar totalmente operacional até o final de 2013.

Ele alerta que, atualmente, em função da pouca disponibilidade de endereços IPV4, provedores de acesso acabam compartilhando um único endereço com múltiplos usuários, o que diminui a segurança da rede e dificulta o rastreamento da origem em casos de crimes virtuais. Com a adoção do IPV6 haverá endereços suficientes para cada usuário.

 

 

 

 

 

 

 

Ir para topo