22/04/2010
Coube ao secretário municipal de Finanças de Campinas, Paulo Mallmann, a missão de marcar o início das atividades do Planejamento Estratégico da Informática de Municípios Associados S/A, visando o período de 2010 a 2012. Mallmann fez uma palestra a cerca de 50 trabalhadores da IMA, incluindo diretores, gerentes, assessores e supervisores, na manhã de quinta-feira, 22 de abril, no Auditório da empresa.
Ele iniciou sua fala traçando um paralelo entre a recente recuperação econômica da IMA que, com o lucro obtido em 2009, conseguiu zerar suas dívidas passadas, e uma recente negociação realizada entre a Prefeitura de Campinas e um grande banco privado, que, no final do mês de março, culminou em um acordo que colocou as contas da Administração Municipal em dia. “Com esse acordo reduzimos uma dívida, que se acumulava desde 1998 e chegou à soma de R$ 1,009 bilhão, para R$ 86 milhões, a serem pagos ao longo de sete anos”, contou, ressaltando que, com isso, a Prefeitura recuperou a capacidade de buscar recursos para novos investimentos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a outras instituições financeiras.
“Essa regularização da vida financeira, tanto pela Prefeitura quanto pela IMA, é fundamental para que possamos traçar planos, o que é o objetivo das atividades que estão se inciando neste momento”, complementou. “Planejar é uma tentativa de antecipar as nossas ações e para conseguirmos isso, precisamos fazer um mergulho profundo e sincero na cultura da Organização. Precisamos conhecer seus pontos fortes e pontos fracos, os riscos e as oportunidades”, advertiu.
Para o economista, a IMA precisa construir indicadores de desempenho e compará-los com os de outras empresas concorrentes. Ele ressaltou que, inclusive a Prefeitura de Campinas já adota esta prática, comparando seus indicadores com os de cidades com características próximas.
No que se refere à conjuntura econômica, Mallmann traçou um cenário no qual, após a crise que abalou os mercados mundiais em 2008 e 2009, economia começa a dar sinais de recuperação apontando, inclusive, para um forte crescimento. “Alguns chegam a dizer que estamos crescendo rápido de mais e isto poderia desencadear um novo ciclo inflacionário. Não concordo com esta visão, pois acredito que o aumento de preços recentes tem mais ligação com as variações sazonais. A economia brasileira deve continuar crescendo na faixa de 5 a 6% ao ano, sem risco de expansão inflacionária”, avaliou.
O secretário de Finanças de Campinas aponta a situação de liquidez nos mercados internacionais, que favorece os investimentos em países com os fundamentos econômicos sólidos, como é o caso do Brasil, e o crescimento das economias asiáticas, como China e Índia, que demandam produtos e matérias-primas brasileiras como motivos básicos para essa tendência de crescimento. Para ele, estes fatores fortalecem a capacidade de investimento em nosso país, gerando emprego e renda para a população.
As influências da macro-economia sobre a Região Metropolitana de Campinas levam Mallmann a considerar a região como um dos principais pólos propulsores desse desenvolvimento. “Nossos estudos indicam que Campinas atrai investimentos principalmente pela oferta de mão-de-obra qualificada, principalmente no setor de serviços, com destaque para a área de tecnologia”, revelou acrescentando que Campinas é a 12o município do País em geração de empregos.
Ele lembrou, ainda, de grandes obras que deverão impulsionar ainda mais a economia local, como a A ampliação do Aeroporto de Viracopos e a implantação do Trem de Alta Velocidade.
As ações da Prefeitura de Campinas para modernizar e otimizar a arrecadação de tributos foram lembradas, como a implantação da Nota Fiscal de Serviços Eletrônica, mudanças na base de cálculo para a cobrança do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Intervivos) e maior agilidade para iniciar a cobrança do IPTU após a emissão do Certificado de Conclusão de Obra. “Com o conjunto destas medidas esperamos obter um crescimento na ordem de 12% de nossas receitas”.
Na opinião de Mallmann, a capacidade de expansão da IMA junto à Prefeitura de Campinas na área de Tecnologia de Informação está se esgotando, pois os grandes sistemas já permitem a informatização das principais atividades do órgão, precisando de manutenção e desenvolvimento de pequenos módulos. A saída, de acordo com ele, passa pela oferta e desenvolvimento de novos produtos à PMC e pela busca de novos clientes em outros municípios.
Ao final, Mallmann afirmou que a imagem da IMA perante a sua principal cliente, a Prefeitura de Campinas, melhorou muito em função da qualidade dos serviços prestados pela empresa. Ele, inclusive, propôs que IMA, a partir do momento em que a empresa assumir os códigos fontes do Sistema de Informações Municipais (SIM), desenvolva uma solução que permita à Prefeitura, daqui a dois anos, não precisar emitir mais documentos em papel para realizar a cobrança de tributos.
Certamente, o Planejamento Estratégico da empresa deverá fornecer subsídios para a superação deste desafio.